Cartão de Aniversário.
Muita gente que veio ao mundo neste, que não termina nunca, gostaria mesmo é de esquecer-se de tudo pelo o que passou. Outros o preservam e o carregam em suas entranhas. É o tal de 1968 que ataca outra vez.
Faz quarenta anos que em Maio de 68 um grito de rebeldia ecoou desde Paris e permanece até hoje entalado no ar.
Ao mesmo tempo, os EUA eram batidos pelos vietnamitas. Em Liverpool, na Inglaterra, quatro adolescentes reinventavam a música e a moda assumia novo e definitivo papel sócio-comportamental.
Aqui, um pouco mais abaixo do Equador, enquanto chorávamos querendo mamar no peito de nossas mães, os militares protocolavam as páginas negras da história do país. Fuzilavam sonhos e mandavam seus protagonistas para o pau-de-arara. Prendiam e torturavam seres atávicos e utópicos. Avolumou-se o exílio. Os mortos e desaparecidos se amontoaram.
Mas nada disso, por mais incrível que possa parecer, foi capaz de acabar com a ilusão causada pela vontade de gozar, plena e livremente, de liberdades individuais e desconhecidas.
Desejo tão abrasador que provocou a faísca e atiçou o fogo que pôs tudo a ferver; que fez um novo cinema, a bossa nova e a literatura borbulharem. Que deu à luz ao Tropicalismo e decretou que o melhor do futuro seria mesmo o passado.
Fazem aniversário todos aqueles que pregaram a paz e fizeram amor contra a guerra do Vietnã. Por outro lado, também aniversariam os que defenderam os canhões e não as flores, inspirados pela Revolução Cubana de Fidel Castro.
Irreparável injustiça seria esquecermos de festejar aqui a agora quarentona Primavera de Praga. Movimento de insurgência contra as aberrações do Real Socialismo Soviético que, liderado pelo tcheco Alexander Dubcek, deu origem ao Manifesto das Duas Mil Palavras e abriu caminho para o que viria a ser a Glasnost de Mikhail Gorbatchov.
Também estão de parabéns todos os que venceram suas batalhas pessoais. Merecem reverência as mulheres, os negros, os homossexuais, os artistas, os criadores da contracultura, e o que de bom floresceu na época que não se deixa morrer.
A tudo e a todos vocês, muitos anos de vida.
Faz quarenta anos que em Maio de 68 um grito de rebeldia ecoou desde Paris e permanece até hoje entalado no ar.
Ao mesmo tempo, os EUA eram batidos pelos vietnamitas. Em Liverpool, na Inglaterra, quatro adolescentes reinventavam a música e a moda assumia novo e definitivo papel sócio-comportamental.
Aqui, um pouco mais abaixo do Equador, enquanto chorávamos querendo mamar no peito de nossas mães, os militares protocolavam as páginas negras da história do país. Fuzilavam sonhos e mandavam seus protagonistas para o pau-de-arara. Prendiam e torturavam seres atávicos e utópicos. Avolumou-se o exílio. Os mortos e desaparecidos se amontoaram.
Mas nada disso, por mais incrível que possa parecer, foi capaz de acabar com a ilusão causada pela vontade de gozar, plena e livremente, de liberdades individuais e desconhecidas.
Desejo tão abrasador que provocou a faísca e atiçou o fogo que pôs tudo a ferver; que fez um novo cinema, a bossa nova e a literatura borbulharem. Que deu à luz ao Tropicalismo e decretou que o melhor do futuro seria mesmo o passado.
Fazem aniversário todos aqueles que pregaram a paz e fizeram amor contra a guerra do Vietnã. Por outro lado, também aniversariam os que defenderam os canhões e não as flores, inspirados pela Revolução Cubana de Fidel Castro.
Irreparável injustiça seria esquecermos de festejar aqui a agora quarentona Primavera de Praga. Movimento de insurgência contra as aberrações do Real Socialismo Soviético que, liderado pelo tcheco Alexander Dubcek, deu origem ao Manifesto das Duas Mil Palavras e abriu caminho para o que viria a ser a Glasnost de Mikhail Gorbatchov.
Também estão de parabéns todos os que venceram suas batalhas pessoais. Merecem reverência as mulheres, os negros, os homossexuais, os artistas, os criadores da contracultura, e o que de bom floresceu na época que não se deixa morrer.
A tudo e a todos vocês, muitos anos de vida.