Redação de Férias.
Depois de tomar emprestada a força do gigante, o menino ergue seu grandioso castelo de areia e o cerca com muralhas cravejadas de pedras e conchas. Perfiladas e de prontidão, ficam em guarda as estrelas do mar.
Ele mergulha, saúda Netuno e sai em missão. Volta à base e encontra o astronauta pronto para a partida.
As ciências não representam mais ameaça e a matemática não lhe rouba mais o tempo. Conhece toda a geografia de que precisa; e a história ele é quem faz.
No quintal, o balanço e a gangorra são a plataforma de lançamento para o inesperado.
A vizinha chega a galope. Amazona encantada que aparece montada em seu cavalo alado. Em vez de asas, rodinhas de apoio que lhe servem de guardiãs e escolta.
Ela para, apeia e caminha em direção ao menino. Sabe de cor o atalho que conduz direto ao seu coração. É guiada pela flecha do estúpido do cupido que o atinge pela primeira vez. Ele perde a fala, o fôlego e tudo à sua volta parece calar. Só para ela tem olhos e ouvidos. Contrariando o conto, aqui quem desperta é o príncipe.
Em um passe, o mágico tira da cartola o indesvendável véu da noite. Faz o céu escurecer, a lua brotar cheia e fluorescente, e as constelações estrelarem.
Uniformizada, chega a moça que traz a mensagem. A menina atende ao chamado da mãe e volta para o condomínio, que tem nome de palácio, onde os pais a esperam. Já passou da hora. Nada mais ele pode fazer.
Os brinquedos abandonados, sem movimento nem vida, lhe apresentam a até então desconhecida solidão como companhia.
Tenta, mas não resiste. Entrega-se ao sofá. Os policiais e os bandidos do seriado assistem ao corpo que, cansado, se desarma, perde a arquitetura e deixa que os sonhos o carreguem até a cama, porque daqui a pouco tem mais.
Amanhã é outro dia de férias.
Ele mergulha, saúda Netuno e sai em missão. Volta à base e encontra o astronauta pronto para a partida.
As ciências não representam mais ameaça e a matemática não lhe rouba mais o tempo. Conhece toda a geografia de que precisa; e a história ele é quem faz.
No quintal, o balanço e a gangorra são a plataforma de lançamento para o inesperado.
A vizinha chega a galope. Amazona encantada que aparece montada em seu cavalo alado. Em vez de asas, rodinhas de apoio que lhe servem de guardiãs e escolta.
Ela para, apeia e caminha em direção ao menino. Sabe de cor o atalho que conduz direto ao seu coração. É guiada pela flecha do estúpido do cupido que o atinge pela primeira vez. Ele perde a fala, o fôlego e tudo à sua volta parece calar. Só para ela tem olhos e ouvidos. Contrariando o conto, aqui quem desperta é o príncipe.
Em um passe, o mágico tira da cartola o indesvendável véu da noite. Faz o céu escurecer, a lua brotar cheia e fluorescente, e as constelações estrelarem.
Uniformizada, chega a moça que traz a mensagem. A menina atende ao chamado da mãe e volta para o condomínio, que tem nome de palácio, onde os pais a esperam. Já passou da hora. Nada mais ele pode fazer.
Os brinquedos abandonados, sem movimento nem vida, lhe apresentam a até então desconhecida solidão como companhia.
Tenta, mas não resiste. Entrega-se ao sofá. Os policiais e os bandidos do seriado assistem ao corpo que, cansado, se desarma, perde a arquitetura e deixa que os sonhos o carreguem até a cama, porque daqui a pouco tem mais.
Amanhã é outro dia de férias.