A Chatice e o Existencialismo Barato.
Viver é muito chato. Já pensou em quanto tempo se perde com isso?
Tem gente que perde a vida inteira. E se você puser um “e ser feliz” aí na frente a coisa se complica ainda mais.
Eu que sempre fui uma negação em matemática, que sempre achei enfadonho resolver problemas, não gosto de viver. Acho extremamente trabalhoso e sem graça.
Poderia estar fazendo algo muito mais divertido e interessante como, por exemplo, estudando, trabalhando, escrevendo, indo a algum museu ou a um bom restaurante. Viajando pelo mundo, conhecendo uma praia virgem, uma ilha deserta, um país longínquo, berço de alguma cultura exótica. Poderia estar jogando conversa fora, olha, tanta coisa eu poderia estar fazendo em vez de ficar preocupado em viver e ser feliz.
Poderia ter casado várias vezes, ter filhos, famílias dilaceradas pelos quatro cantos do mundo. Até ser um cara normal é mais bacana. Passear com o cachorro, ter dívidas, hora marcada no dentista, sogra chata e todas as obviedades que você aí consiga imaginar.
Tomar uma carraspana. Até uma vulgaridade destas tem seus encantos perto do porre que é viver; se paro e penso por mais alguns minutos, evidências me levam a concluir que viver é coisa para aqueles de caráter precário. Exige habilidade política e poder de dissimulação. É algo que se deve fazer às escondidas, à sorrelfa, por debaixo dos panos, sem que ninguém saiba, sem que ninguém perceba. Trata-se de um pecado capital e inconfessável. E se tentar ser feliz então, está automaticamente excomungado, com passaporte carimbado e passagem só de ida para o inferno.
Eu, que sou de família católica e fui educado em colégio marista, não me permito tamanho desfrute.
Agora, àqueles de espírito livre e mente arejada vai aqui o conselho de um franco observador da vivência alheia.
Tentar viver e ser feliz não leva a nada, a não ser à morte precoce. Nem a lugar nenhum, a não ser que haja um bom espaço no túmulo da família, outra chatice que está lá, esperando por você.
O que resta é diversão. Divirtam-se por muitos e muitos anos. Saiam, dancem e gozem sempre que for possível. Riam sempre antes e mais do que os outros, porque esse papo de que quem ri por último, ri melhor é coisa de quem ainda espera um dia ser feliz da vida.
Reservem tempo livre. Conheçam mais praias, montanhas, lagos, rios e, mais importante do que tudo isso, afastem-se de pessoas que aberta e honestamente estejam tentando viver felizes para sempre.
Vai que isso pega. Deus os livre!
Tem gente que perde a vida inteira. E se você puser um “e ser feliz” aí na frente a coisa se complica ainda mais.
Eu que sempre fui uma negação em matemática, que sempre achei enfadonho resolver problemas, não gosto de viver. Acho extremamente trabalhoso e sem graça.
Poderia estar fazendo algo muito mais divertido e interessante como, por exemplo, estudando, trabalhando, escrevendo, indo a algum museu ou a um bom restaurante. Viajando pelo mundo, conhecendo uma praia virgem, uma ilha deserta, um país longínquo, berço de alguma cultura exótica. Poderia estar jogando conversa fora, olha, tanta coisa eu poderia estar fazendo em vez de ficar preocupado em viver e ser feliz.
Poderia ter casado várias vezes, ter filhos, famílias dilaceradas pelos quatro cantos do mundo. Até ser um cara normal é mais bacana. Passear com o cachorro, ter dívidas, hora marcada no dentista, sogra chata e todas as obviedades que você aí consiga imaginar.
Tomar uma carraspana. Até uma vulgaridade destas tem seus encantos perto do porre que é viver; se paro e penso por mais alguns minutos, evidências me levam a concluir que viver é coisa para aqueles de caráter precário. Exige habilidade política e poder de dissimulação. É algo que se deve fazer às escondidas, à sorrelfa, por debaixo dos panos, sem que ninguém saiba, sem que ninguém perceba. Trata-se de um pecado capital e inconfessável. E se tentar ser feliz então, está automaticamente excomungado, com passaporte carimbado e passagem só de ida para o inferno.
Eu, que sou de família católica e fui educado em colégio marista, não me permito tamanho desfrute.
Agora, àqueles de espírito livre e mente arejada vai aqui o conselho de um franco observador da vivência alheia.
Tentar viver e ser feliz não leva a nada, a não ser à morte precoce. Nem a lugar nenhum, a não ser que haja um bom espaço no túmulo da família, outra chatice que está lá, esperando por você.
O que resta é diversão. Divirtam-se por muitos e muitos anos. Saiam, dancem e gozem sempre que for possível. Riam sempre antes e mais do que os outros, porque esse papo de que quem ri por último, ri melhor é coisa de quem ainda espera um dia ser feliz da vida.
Reservem tempo livre. Conheçam mais praias, montanhas, lagos, rios e, mais importante do que tudo isso, afastem-se de pessoas que aberta e honestamente estejam tentando viver felizes para sempre.
Vai que isso pega. Deus os livre!